Segredos de um casamento feliz

Enganem-se os que achavam que iam ver uma listagem com os dez mandamentos de um casamento feliz. Não é disso que eu vos quero falar!

Era uma vez um casamento muito feliz, que celebrava hoje 59 anos de união. Por 4 meses que não chegou lá...quem diria. Os meus Avós casaram no dia 18 de Março de 1954, e foi um casamento digno de príncipes e princesas. Desde pequenina que olhava para a fotografia do casamento dos meus Avós e pensava: "Quando for grande, também quero casar assim". É claro que na altura estava a pensar mais no deslumbramento que foi a festa em si, no vestido da minha avó (que tinha pelo menos 2 metros de cauda), nas toilettes dos convidados, no sítio (que era um sonho). Verdade seja dita, a festa do meu casamento não ficou muito atrás...mas agora o que desejo é que o meu casamento seja tão feliz e tão longo como o dos meus avós.




Digno de um casamento real

 

Já vos falei um bocadinho do que a minha Avó me ensinou aqui , mas hoje vou-vos mostrar ainda mais dos ensinamentos que o casamento dos meus avós me deixou...para a vida. Muito companheirismo, muita cumplicidade, muito amor, muito respeito, muita lealdade e .... muita cedência, de ambas as partes, claro.

É óbvio que nos dias que correm não podemos seguir à risca os ensinamentos de um casamento à moda antiga, onde as mulheres ainda tinham algumas limitações, e eram totalmente dependentes dos maridos, para tudo. Mas há certos aspectos de um casamento de antigamente que podemos/devemos seguir, e que se prendem essencialmente com a rotina diária de um casal que sempre se dedicou um ao outro, e à família: sempre tomaram o pequeno almoço juntos, sempre almoçaram em família, e sempre jantaram ao mesmo tempo. Sempre passaram os fins-de-semana um ao lado do outro, e mesmo quando um queria sair o outro ficava, só porque sim. Sempre cederam um ao outro (mas nenhum mais do que o outro), sempre fizeram as vontades um ao outro (mas sem nunca fazer má cara), estiveram sempre, sempre juntos, até ao fim. Quando casaram prometeram que iam ficar um ao lado do outro na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separasse. E foi o que aconteceu. Não podia ter sido de outra forma, não com os meus Avós.

O meu Avô tinha (tem) uma paixão desmesurada pela minha Avó. Como nunca vi nada igual. Bastava olhar para a cara ternurenta e babada do meu Avô, quando falava da minha Avó, para perceber que era a sua alma gémea. Sempre que perguntávamos alguma coisa ao meu Avô, nem que fosse um convite para um programa, este dizia: "por mim vou, mas a tua Avó é que manda!". E quando dizíamos "Avô, hoje podemos ir aí almoçar", este respondia: "Fico muito feliz que venham, mas não se esqueçam que esta casa é da tua Avó! Sabes, é ela que manda!". Um amor incondicional e sem limites, é o que é. Um amor incondicional e sem limites que deu frutos: três filhos, sete netos e dois bisnetos (para já)  que resultou numa das famílias mais unidas que já vi, tudo graças ao casamento feliz dos meus Avós. Um exemplo de vida a seguir.

Os meus Avós estiveram juntos até ao fim, e vão voltar a ficar juntos para sempre, tal como num conto de fadas com final feliz.

 

Fim