Oh Mãe, eu quero um Ai-Pá!

Baseado num dos temas do post de ontem, hoje venho falar-vos do impacto das novas tecnologias na vida das crianças.

Quando tive o meu o primeiro telemóvel já tinha feito 17 anos. Era um tijolo amarelo fluorescente da Motorola. Mas eu achei aquilo uma emoção. Até àquele dia, comunicava com  as minhas amigas e com o Pai S. (sim, nessa altura já existia o Pai S.!) através de bip. Por isso aquele tijolo amarelo foi uma autêntica revolução na minha vida.

Quando vieram os telemóveis com fotografias nem se fala! Meu Deus, o que nós nos divertíamos a tirar fotografias de má qualidade e desfocadas com os nossos Nokia pequeninos!

Agora o M. pega nos IPhones e vai direitinho aos joguinhos e ao YouTube, sem saber ler, escrever e sem sequer saber falar. Sabe desbloquear com aquele dedo gordinho e até já decorou a posição dos números para marcar o código. Estou-vos a falar de um miúdo de 20 meses, que não é sobredotado nem nada que se pareça! São as novas tecnologias na cabeça dos nossos filhos... No outro dia chegou à televisão dos tios e começou a deslizar com o dedo no écran, como se este também mexesse, tal como o IPhone! Alguém me explica este fenómeno? Acreditam que o nem o M. nem o S. sabem identificar os telefones antigos, com fios encaracolados, como um T-E-L-E-F-O-N-E? Têm um brinquedo desses e o S. está-me sempre a perguntar o que é aquilo!

- Oh Mãe, isto é uma caixa regitatora? - diz o S., muito admirado.

Durante todo o Verão o S. comeu gelados. É inevitável, sempre que saíamos da praia (que saudades...) pedia-nos um gelado. E muitas vezes não resistíamos a dar-lhe. Até porque os gelados da OLÁ, por exemplo, não têm o açúcar e os conservantes e corantes que se pensa. Açúcar à parte, o gelado preferido do S. é o Epá. Mas para o S. aquilo não era um Epá, era TuIPA. Perceberam? Um AI-PÁ. Como o IPad, mas sem o d. Porque na cabeça dele, um IPad é um objecto mais que normal, como um gelado, ou uma bicicleta. Para mim aquilo ainda é um bicho de 7 cabeças, mas para o S. não. E a verdade é que já sabe mexer melhor naquilo do que eu.

Agora a minha pergunta? Como será daqui para a frente? Será que os nossos netos ou bisnetos já vão andar em carros eléctricos voadores, e vão-nos achar retrógados por ainda gostarmos de ler livros em papel?

Como será o futuro da tecnologia? Não sei, mas não me assusta. Porque se mudar, será para melhor!

Por isso nisso partilho a 100% da opinião de que as novas tecnologias não são maléficas. É claro que o que é demais é exagero, e brincar ao ar livre é que é bom -  com terra, formigas e relva - mas se os nossos filhos se entreterem bem com um IPad à mesa, num almoço e conversa de adultos, não vejo mal nenhum nisso! Na nossa altura também levávamos puzzles, bonecas, ou livros para pintar, com a diferença de ocupar mais espaço na carteira e na mesa!
Já pensaram para parar como é que hoje em dia viviam sem telemóveis? Quem é que tem a sensação de estar despido sempre que se esquece do telefone em casa? É claro que, nem tanto ao mar, nem tanto à terra... não falo em não conseguir dar um passo sem tirar uma fotografia e postá-la no FB ou no Instagram. Há que guardá-lo bem guardadinho quando não é preciso. Mas eu gosto sempre de mantê-lo por perto, não vá um dos miúdos cair ou magoar-se, ou ficar doente, quando não estou lá, e por isso para mim o telemóvel é um porto seguro.

É oficial, eu encaro assim as novas tecnologias

Agora uma pergunta: como é a vossa relação com as novas tecnologias na vida dos vossos piolhos, Maisenas? Quero saber tudo!


Lá por isso não quer dizer que não goste de temas da vida de antigamente. E quando penso em antigamente, penso em muito antigamente, há décadas atrás. E quando penso há décadas atrás, lembro-me do estilo vintage, que eu tanto adoro. E por falar em Vintage, já espreitaram a nova colecção do Patinho Feio, que de feio não tem nada? Eu já, e fiquei fã. Desde as jardineiras-calção aos fofos queridos até mais não! Parabéns patinhos!

A minha peça preferida desta colecção!