domingo, 16 de agosto de 2015

MÃES coragem

Desde sempre que quis ter um parto normal. Não quero com isto dizer que queria tudo ao natural. Não tinha nada contras as epidurais. Só não queria era uma cesariana. Com o Sebastião estive 12 horas em trabalho de parto, mas infelizmente acabei por ter de fazer uma cesariana de emergência, o que me causou uma sensação de agonia e de frustração enormes. Durante meses vivi com a maldita sensação de ter fracassado como Mãe. Com o Manel não tive hipótese, já que os dois não fazem sequer 2 anos de diferença...o médico nem me deixou escolher. Com o Zé Maria idem aspas. A minha cicatriz estava tipo "papel vegetal" e por isso o sonho que tinha em ter um parto normal desvaneceu-se, sem se ter despedido de mim. Ainda no dia anterior ao Zé Maria nascer eu não me conformava com o facto de ter uma terceira cesariana.
Mas no dia deste parto, recebi a notícia que precisava para parar com este disparate de "culpa interior": a cicatriz estava de tal maneira frágil, que o ZM nasceu na hora H e nunca poderia ter sido por parto natural, pois corria seriamente o risco de romper a cicatriz. Ora, tudo isto trocado por miúdos, tanto eu como o bebé podíamos correr riscos desnecessários. Caiu-me tudo. Afinal aquela minha teimosia, aquela ideia fixa que não me largava não tinha razão de ser. Pois muito bem, a mania de que somos menos Mães por termos cesarianas roça o ridículo. Não sei o que é a dor da expulsão, mas do Sebastião senti todas as contrações, e depois tive o mau do pós-cesariana. E posso dizer-vos que as dores do pós-operatório são bem mais difíceis de suportar. Por isso, Mães que, tal como eu, viviam culpadas por não terem conseguido ter um parto normal...deixem-se disso...o que interessa é que corra tudo bem, e que o bebé seja perfeitinho. Agora se nasceu mais ou menos artificialmente, o que é que interessa? É o que tiver de ser, e o resto é conversa!
O mesmo raciocínio aplica-se às Mães que, por alguma razão, não conseguiram dar de mamar. Quanto a este assunto, eu tive a sorte de ter dado de mamar até aos 6 meses dos meus filhos mais velhos, e de agora também estar tudo a correr às mil maravilhas. Mas a amamentação não tem de ser um pesadelo! Se alguma coisa não estiver a correr bem, se causar sofrimento à Mãe, para quê continuar? Porque o stress e a ansiedade são transmissíveis para o bebé quando a Mãe dá de mamar.
Por isso, Maisenas, independentemente de termos partos normais ou cesarianas, e ainda que dar de mamar seja apenas uma miragem, lembrem-se SEMPRE disto: somos todas MÃES coragem!

 

2 comentários:

  1. 3 Filhos...3 cesarianas...a mesma sensação. Da 2ª gravidez entrei em trabalho de parto às 37 semanas e fui " quase logo" para o bloco pois fiquei grávida do 2º quando a mais velha tinha 17 meses.
    Da 3ª esperei a noite toda, liguei à médica e ela disse que íamos tentar. Mas uma vez mais... com contrações fortes de 2 em 2 mn e dilatação pouca. Acabei por fazer a cesariana novamente.

    A mim o que me custa é que tenho a costura e o útero óptimo!!! Quando faço as ecos dizem-me que está tudo 5*. A mais nova tinha 15 meses e fui fazer a eco de check-up e disseram-me que passado um ano ou dois podia ter mais um!! Mas na hora da verdade não dilato...ou se o faço, devo levar muito tempo e no hospital não esperam. Com cesarianas anteriores ficamos condicionadas.

    Não me senti menos ou mais mãe. Mas sinto sim um pequeno vazio que não consigo preencher quando penso no assunto.

    Desculpa o longo texto, são assuntos que me "tocam" e gosto de desabafar.
    Obrigada.

    Abraço e muitas felicidades!

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  2. Completamente de acordo.

    blogdamariafrancisca.blogspot.pt

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