quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O fim do tabu

Não deve haver nenhuma Mãe que não esteja a par dos benefícios da amamentação. Conhecer, todas conhecem. Depois são livres de optar. Eu fiz das tripas coração para conseguir dar de mamar. Não foi fácil, tive dores alucinantes, incertezas marcantes, e dias triunfantes. Mas aqui estou eu, já na terceira rodada, depois de essa primeira tentativa não falhada!
É claro que não critico quem não dá! Aqui sim, a escolha é da Mãe, mais do que nunca. Até porque acredito que, em muitos casos, é mesmo impossível, e não vale a pena a Mãe e o Bebé andarem a sofrer, quando a amamentação não tem de acontecer.
Agora, o contrário também tem de ser. As pessoas têm de se deixar de tabus injustificados! Com 3 filhos pequeninos, e um bebé que tem fome, às vezes, de 2 em 2 horas, mau era se não pudesse dar de mamar fora de casa. Teria de me tornar numa eremita, sem sair do casulo. Os meus filhos mais velhos precisam de apanhar ar, sair de casa, passear, e esta Mãe tem de ir atrás, porque lá bem no fundo, tudo se cria, tudo se faz.
Mas a verdade é que no outro dia, quando estava a dar de mamar numa esplanada de um café - devidamente resguardada e tapada, claro! -, reparei que duas mesas estavam a olhar para mim com ar de espanto. Por favor! Isto é um acto de amor! Não é nenhum atentado ao pudor... É certo que as pessoas em causa estavam já na casa dos 70 anos, altura em que as Mães não davam de mamar em público, mas adivinhem...os tempos mudam! As Mães de hoje em dia são mais práticas, mais flexíveis, mais facilitadoras. Porque para além de Mães também são trabalhadoras! Dentro e fora de casa! O que seria se tivéssemos deixar de sair só porque temos de dar de mamar. A vida parava. A casa ia abaixo. O nosso mundo não aguentava.
Com peso e medida tudo bate certo. Não estou a falar daquelas Mães que não se escondem e que escolhem qualquer sítio para dar de mamar. Isso também não...agora, quando nem sequer se vê o bebé, não vejo onde está a confusão.
Digam-me, há algo mais prático do que ter o leite sempre pronto, à temperatura ideal, sem ter de pensar em desinfectar biberons, ou comprar aquele bem especial? Eu não conheço e até digo mais, se pudesse, escolhia dar de mamar em exclusivo até aos 6 meses.
Quem é que não concorda? Vamos acabar com os tabus?

 
Ainda não larguei as minhas Pisamonas preferidas!



Há alguma coisa mais pura, genuína e natural do que o amor de uma Mãe?
Kaftan dos mega saldos Alice in Summerland, disponíveis no showroom mais giro da cidade


 

5 comentários:

  1. Filipa, concordo com o seu texto. Contudo, creio que hoje se está a cair no extremo oposto. Muitas mães, numa atitude quase rebelde, desafiante e adolescente - característica da adolescência - desafiam o meio envolvente e, num ato despropositado a que chamam "de amor", tiram a mama para fora, à frente de tudo e de todos, sem qualquer cuidado, e exibem-se triunfantes dando de mamar. É, sem dúvida, uma atitude de demonstração de poder, supremacia e de desafiar os limites da sociedade. Se a mãe tem o dever de alimentar o seu bebé da melhor forma que entender - mama, biberão - tem também o dever de o saber fazer respeitando os outros. Tal só é possível se também se der ao respeito. Como tal, se é indiscutível que uma mãe dê de mamar em público, parece-me que é também indiscutível que tenha bom senso nesse acto. Como tal - como bem, refere - uma simples fralda colocada no ombro da mãe resguarda a mãe e o bebé tornando a amamentação num momento íntimo e de intimidade entre mãe e filho que não deve ser partilhado com os restantes. Sendo mãe de um bebé de 11 meses, choca-me - enquanto mãe, mulher, cidadã - saber que, por exemplo, há salas de amamentação/muda fraldas num centro comercial e muitas mães, sem qualquer cuidado, sentam-se na esplanada do café, tiram a mama para fora e dão de mamar como se estivem sozinhas naquele local. Salvo devido respeito, só podemos respeitar e mudar mentalidades se nos dermos ao respeito. Assim como toda a mãe tem o dever de amamentar, tem também o dever de o fazer no recato que tal implica pois quem está ao seu redor não têm de assistir a tal acto. Mudança de mentalidades: sim, completamente a favor! Radicalismo? Não! Haja bom senso que, infelizmente, tem faltado nesta matéria!

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    1. Completamente de acordo! Como em tudo na vida, haja bom senso...
      Beijinhos,
      Francisca ;)

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  2. Eu tive a sorte de nós meus dois filhos dar de mamar com facilidade e sem nenhum drama. E amei dar de mamar. Só espero que quando a Francisca agora nascer corra tudo tão bem como das outras duas vezes. É sempre dei de mamar em todo o lado, principalmente do segundo que nasceu no fim de Abril e andava sempre na rua comigo e com o irmão, que precisava de parque e de rua. Dei de mamar em jardins, na praia, em restaurantes... Em todo o lado!! Sem problemas e sem dramas, caem me expor demasiado, mas sem me esconder debaixo das mesas:) é fazia-o de forma tão natural que cheguei a estar à mesa, num jantar, a dar de mamar e a certa altura o meu marido, à minha frente, pergunta-me se o Afonso não tinha que mamar. Eu respondi que já o tinha feito, tranquilamente há uns minutos. O inverno é mais chato por causa das mudas de roupa, mas descobri que agora há uns vestidos de amamentação, de certeza que também haverá umas camisolas... É que eu sou friorenta! E a próxima nasce em Janeiro como o mais velho. Bes é tudo a correr bem.

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  3. Desculpe o desabafo que surge sem querer ofender ninguém. Penso que, numa sociedade onde cada vez mais se expõe o corpo de uma forma exagerada, é estranho a reacção de algumas pessoas, especialmente mulheres, à amamentação em público. As críticas aos decotes ou aos vestidos e calções curtíssimos não aparecem, mas uma mãe que amamenta em público deve usar uma "burka"... Eu amamento porque quero e porque posso. Faço-o muitas vezes em público e não tenho como objectivo chocar alguém. Nem sempre dá jeito ir aos espaços infantis e o meu filho detesta a fralda na cabeça para mamar. Que evito expor a mama desnecessariamente, claro que sim, mas se aparecer um pouco de pele, para mim, não é um drama. É uma das coisas mais bonitas e mais naturais da vida! Porquê incomodar tanto? A mim incomoda-me muito mais não ser respeitada numa esplanada e levar com fumo em cima, estando com um bebé pequeno... Parabéns pelo seu blog e obrigada por dar voz a um bebé tabu que tem mesmo de mudar.

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