Seguimos carreirinhos de formigas voadoras, descobrimos sardaniscas sem rabo, procuramos gambuzinos brilhantes, corremos atrás dos doidos dos garnizés. Comemos pêssegos maduros das árvores, tirámos ovos das galinhas chocas, andamos todo o dia descalços. Deslumbramo-nos com tanques cor de espelho. Regamos ramos de muguet, alfaces, tomates e feijão verde. Passamos horas dentro de água, de molho, ao som do calor. Fugimos às rotinas, aos horários, ao stress. Só não fugimos às horas à mesa, em torno da boa cozinha portuguesa. Foram assim os nossos dias de (pré) férias, em que o pôr-do-sol se põe atrás das montanhas, e onde a sombra da figueira se confunde com a da videira. Não houve água salgada, nem areia molhada, mas houve muito ar puro (daquele bem límpido e fresco, que põe a pele macia), tardes passadas no baloiço, e um tempo em slow-motion que nos soube pela vida! E tudo, graças a uma bisavó que tem mais genica do que a própria neta! How lucky am I?
Que dias assim se repitam por muitos e longos anos!
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