(Escrito madrugada dentro, no dia do primeiro ano de vida do Zé Maria)
É uma da manhã e aqui estou eu, 365 depois de uma noite quase em branco, passada ansiosamente a querer conhecer o meu (último) bebé. Não. Era mais do que isso. Muito mais, na verdade. Era aquela ânsia de ser Mãe de 3, o meu sonho de criança. Mas ao mesmo tempo, aquele medo de não conseguir chegar a todos. Aquele nervoso miudinho de algo poder não correr bem. Com o parto. Com o dar de mamar. Com as noites. Com o tempo. Ai, esse maldito! Será que não vou ter tempo para os 3? Para lhes dar mimo? Para lhes dizer o quanto os adoro? Pensava eu, há 365 dias atrás.
É uma da manhã e aqui estou eu, 365 depois de uma noite quase em branco, passada ansiosamente a querer conhecer o meu (último) bebé. Não. Era mais do que isso. Muito mais, na verdade. Era aquela ânsia de ser Mãe de 3, o meu sonho de criança. Mas ao mesmo tempo, aquele medo de não conseguir chegar a todos. Aquele nervoso miudinho de algo poder não correr bem. Com o parto. Com o dar de mamar. Com as noites. Com o tempo. Ai, esse maldito! Será que não vou ter tempo para os 3? Para lhes dar mimo? Para lhes dizer o quanto os adoro? Pensava eu, há 365 dias atrás.
E aqui estou eu, 365 dias depois, sentada em frente ao computador, com a casa num silêncio que quase parece absurdo, sob uma noite brilhante e abrasadora, em que as estrelas-cadentes são a minha guia. Lá ao fundo, na aldeia, ouvem-se foguetes que parece quererem anunciar um novo dia muito especial.
E aqui vos digo, no alto dos meus 34 anos e meio, que ser Mãe de 3 é um C-A-O-S. Mas é um caos ordenado. É um caos bom. É como se, de repente, a minha vida fizesse todo o sentido. Como se a minha missão aqui na Terra estivesse a dar cartas. Como se nada mais importasse. O mundo lá fora pode esperar, porque cá dentro a vida é completa, feliz, genuína. Há gargalhadas, há confusão, há saudades, há paixão.
E esta paixão de Mãe é mais forte do que a explosão do maior dos cometas. É mais potente do que qualquer erupção do Krakatoa. É mais eterno do que a infinita Via Láctea. Mais avassalador do que o último dos desertos.
365 dias depois de um dos 4 dias mais felizes da minha existência, os grilos cantam ao som das cigarras, ouvindo-se água a correr em todos os cantos do jardim, como se a Natureza fosse perfeitamente perfeita, como se estivesse a ler a mais bonita das poesias.
365 dias depois aqui está ele, o meu bebé bom, dormindo pacificamente ao meu lado (agora que vim espreitá-lo, por aqui fiquei,,.embevecida), chuchando em falso, enrolando as mãos pequeninas uma na outra, e soltando um sorriso próprio de quem está a sonhar com os anjinhos.
O primeiro dente nasceu quando o Zé Maria estava prestes a fazer 11 meses. Mas com 8 meses já dizia olá! Aos 9 começou a gatinhar, primeiro a medo, mas depois já como uma locomativa a vapor, levando tudo à frente, Tem um aparelho vocal invejável, com os seus gritos próprios de quem ainda não consegue acompanhar os manos. Come tudo o que vê (se pudesse comia relva) e sabe muito bem aquilo que quer. É louco pela Mãe, mas também adora o Pai e os manos, de coração. Tem uns olhos escuros bem rasgados, um sorriso de enternecer, e um cabelo de se comer (com cachos loiros já a querer aparecer...)
Não podia pedir mais para este meu bebé bom. Sinto-me grata. Muito grata. Não deve haver palavra para definir todo o turbilhão de emoções que me invade nesta madrugada do dia 30 de julho, em que também fazemos 19 anos de namoro pegado. Parabéns meu amor maior mais pequenino. Que seja sempre muito amado. Que ame, mais do que qualquer coisa. Que pratique o bem. Que respeite os outros. Que saiba perdoar. Que saiba pedir desculpa também. Que possa sempre estar pronto para ajudar. Que tenha muita saúde. Que tenha um pouco de sorte, com pozinhos de pirlimpimpim. Acima de tudo, que seja muito feliz. Parabéns pelo primeiro ano de uma vida que se adivinha cheia, meu príncipe Zé Maria!
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