sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Cortar o cordão

Na verdade, o corte do cordão umbilical não se dá no nascimento. Dá-se quando as Mães vão trabalhar. Quando têm mesmo de deixá-los ir, mesmo que as faça cair. Até lá, estamos tão apegadas aos nossos bebés que não os largamos, nem por um minuto. Em 3 meses de "licença", só deixei o ZM uma vez, para ir ao casamento de uma grande amiga. Andou sempre atrelado a mim. Ao colo, no canguru, na alcofinha, no ovinho. Nunca deixei este meu passarinho.
Hoje foi o dia. A hora que eu mais temia. Não há descrição para tamanha sensação. Senti-me despedaçada. Saí de casa a achar que faltava parte de mim. Tive saudades da minha barriga, com este enorme vazio que tomou conta do meu coração. Senti falta do seu cheirinho. De o ter no mimo bom. De dormir aqueles quinze minutos a ouvir a sua respiração. Há alguma coisa que me assombrou, e não foi o Halloween. Foi ter que deixar este meu bebé, esta minha mais recente paixão.
Sei que me vou habituar, porque passei o mesmo com os meus outros bebés. Mas o coração tem memória de grilo, e a cabeça faz estes finca-pés...

 
Até posso ter que cortar o cordão, dar voltas e voltas à minha vida, e fazer das tripas coração para aproveitar o tempo com este bebé, mas nem por isso vou amarrar esta devoção: Porque acima de tudo e de qualquer coisa, somos Mães!
 
 

1 comentário:

  1. Como compreendi e me identifiquei com estas palavras. É uma dor comum a todas as mães.

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