segunda-feira, 31 de março de 2014

Castelo sem Rei

Foi a pergunta que mais vezes fez o S., neste fim-de-semana que passou...Mãe, este Castelo não tem Rei? Pois é, depois de dois dias a dormir em Alter-do-Chão, uma aldeia que nos aqueceu o coração, difícil foi ficar indiferente ao seu Castelo e à imponência das suas muralhas. Sem dúvida, o que o S. mais gostou foi acordar e ver o castelo ali tão perto. Tenho a certeza que passou o tempo todo a magicar histórias e memórias na sua cabeça, sempre a olhar para a janela.
- O que é que gostou mais no fim-de-semana, Titão?
- Foi do Castelo sem Rei, Mãe!
- Sem Rei? Porque é que diz isso, querido?
- Viu lá algum Mãe? Eu não vi!!!
O Sebastião só descansou quando as muralhas atravessou. Um poço mágico no meio do jardim, um cheirinho maravilhoso a relva e, talvez, a jasmim, e um Castelo muito bem recuperado, que juro que parecia encantado.







 
São estas lembranças que, repito, gostaria de deixar aos meus filhos quando estes crescessem. Gostaria que o Sebastião, daqui a 30 anos, ao voltar ao Castelo, dissesse à mulher e aos filhos que já tinha lá ido com os Pais e o mano, quando só tinha 4 anos, e que se lembrava muito bem que tinha adorado. Gostaria que o S. tivesse esse Fado!
Mas Alter-do-Chão, nesta altura do ano, não é só Castelo! É migas de pão, rojões deliciosos, bacalhau cozinhado com paixão. É paisagens a perder de vista, cores intensas que pintam o céu, cavalos que se guiam mesmo quando está escuro como breu. É palha húmida e adocicada, chuva que molha a terra molhada, e sol que se põe ao lado das nuvens carregadas. É cavalos e vacas ordenadas, póneis tão pequeninos que mais parecem fadas, é luz irrequieta, cheiro inquietante, é sombra e sossego expectante.










 
Sempre gostei do Alentejo, mas confesso que nunca o tinha experimentado nesta altura. Fiquei extasiada com o espelho de água azul, o verde a saber a verde como a verdura dos campos, da berma das estradas, e do topo das árvores. O nosso país é lindo, e o grande culpado é, sem dúvida, o Alentejo.
Chegados a casa, o S. pergunta quando é que vamos voltar para o Castelo (sem Rei), e eu, sem pensar, apenas disse que Castelos há muitos, e que o nosso é que é um verdadeiro Castelo de Encantar. Pirosa, não? Era bom que a vida fosse sempre assim, um verdadeiro conto de fadas.
E por falar em contos de fadas, já leram o primeiro Conto Infantil Maisena?

 

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