quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Noites em branco...já não gosto tanto!

Com o mês de Agosto a acabar, e o Zé Maria prestes a fazer 1 mês (faz hoje 4 semanas...já?), posso dizer com toda a certeza, e do fundo do coração, que noutros anos já tive férias maravilhosas, dias de sonho, em sítios verdadeiramente inesquecíveis. Mas nada se compara ao meu querido Agosto de 2015: porque a maior aventura das nossas vidas começou AGORA.
Às vezes nem quero acreditar na sorte que tenho. Confesso que me dá uma imensa vontade de chorar (hormonas a falar...) quando olho para os meus 3 filhos. Porque no meio de toda esta confusão que é estar numa casa pequena com os 3, sem escola, e quase sem sol lá fora, tenho em mim uma imensa paz interior. Uma serenidade inexplicável. Uma sensação de plenitude que não se traduz em palavras.
Agora as noites em branco...é que já não gosto tanto! O ZM começou com as cólicas na hora mais igrata que há. Da meia-noite às quatro da manhã, lá está. A hora em que estou mais cansada, e que as dores de cabeça e a tortura do sono estão mais fortes do que nunca. Quatro horas que mais parecem quatro dias. E uma sensação de impotência horrível. Malditas cólicas...malditas! Um bebé tão querido e tão meiguinho não merecia isto. E o que noto é que aos 33 anos já não tenho a mesma resistência que tinha aos 27 ou 28, quando o Sebastião nasceu. É certo que durante o dia descansava enquanto o bebé dormia, mas a idade não perdoa...e estas noites em branco deixam-me à toa!
O que é que faço para conseguir dar a volta ao sono? Penso em coisas boas. Nos pés pequeninos, no cheirinho a bebé, nos seus barulhinhos, no meu querido Zezé. E no tempo que passa depressa demais. Quando der por mim já tenho saudades destas noites surreais.
 
Parabéns meu amor mais pequenininho!!!
 

domingo, 23 de agosto de 2015

Se ame para depois amar...

Adorei estar grávida, e nesta terceira gravidez, como sabia que ia ser a última, aproveitei-a ao máximo, deliciando-me com cada fase. Não me preocupei (muito) com os quilos que ganhei (e foram quase 15...) Confesso que já tenho saudades da minha barrigona, e de me sentir verdadeiramente abençoada com os tesouros que carregava.
Agora, este primeiro mês do pós-parto é um copo meio vazio para o ego das Mães. Não gosto de me olhar ao espelho e não reconhecer o que vejo. Não, não sou daquelas Mães-modelo que sai da maternidade com as calças de ganga que usava em solteira (a minha Mãe, diga-se de passagem, saiu assim). A barriguinha está lá, ainda inchada e magoada, com a terceira cicatriz incrustada. Já perdi 9 quilos, não me posso queixar, mas gostava de já poder usar os meus calções de ganga preferidos, ou aquele bikini que ainda não estreei. Não há milagres, pois não. E por muito que a (Mãe) genética ajude, a verdade é que tenho muito mais fome a dar de mamar, do que tive durante toda a gravidez...e a Cerelac do Pote de Mel vai desaparecendo misteriosamente durante as noites em branco desta Mãe.
Não me culpo. Não sou de ferro! Prefiro mil vezes dar de mamar por uns meses, do que entrar já em dietas malucas e apressadas. Com calma, lá irei ao sítio, se Deus (e eu) quiser. Sim, se eu também quiser. Porque não sou de me desleixar, só porque tenho 3 filhos, Ah, e tal, não tenho tempo para me arranjar, para gostar de mim, para me mimar. Isso é que não! Aqui a cabeça tem de comandar o coração.
Porque uma coisa é certa: com mais ou menos tempo, mas com cremes e mais cremes, cintas, passeios a pé e afins, mais 5 ou 6 quilos esta Mãe vai ter que perder...doa o que doer!

Tão, mas tão verdade!
 

sábado, 22 de agosto de 2015

A reacção dos manos

Já aqui falei um bocadinho de como está a ser esta aventura para os manos. O Sebastião já tem 5 anos e meio, como ele diz, e por isso já é mais independente. Adora o ZM, derrete-se a olhar para o mano, mas vai à vida dele, e não perde uma oportunidade para fazer os programas preferidos com o Pai. Mal acorda corre logo para o nosso quarto e pede para pegar no mano, sendo também capaz de estar uma manhã inteira mergulhado no seu mundo dos Legos, construções e arrumações. Já o Manel, o bebé grande da casa, está mais apreensivo, apesar de ser um amor de querido com o mano pequenino. Mas não me larga quando estou a dar de mamar e enrosca-se às minhas pernas como se não as fosse mais largar. Não há birras preocupantes, nem sinais de fumo alarmantes, mas há um miúdo mais carente, que precisa de mais atenção. Porque não há bela sem senão. É claro que eu não estava a adivinhar que a chegada de mais um mano não ia causar mossa aos demais. Mas custa-me que o Manel esteja a sentir, por um bocadinho que seja, esta chegada arrebatadora do ZM às nossas vidas.
Agora não tenho dúvidas que, por muito que lhes faça diferença este primeiro impacto, a graça de ter outro irmão em casa é bem mais recompensadora do que a decisão de nos deixarmos estar na zona de conforto. Aqui sim, optámos por dar um passo para fora, e ainda bem, porque lá no fundo, bem sei que estes primeiros tempos do ZM na vida do Manel não vão significar nada, ao lado de uma vida inteira de cumplicidade verdadeira. Ainda ontem olhei para os 3, e pensei na sorte que tenho, na dádiva com que fui abençoada... ai estes meus rapazes da vida airada!!
 
 
 
 
 
 
 
 
Meus queridos mosqueteiros!
 
Pssst: Já repararam bem nas pulseiras dos minis? São giríssimas não são? É que para além de terem imensa pinta, podem vir a ser a nossa salvação. Na esperança de nunca precisarmos, estas pulseiras podem ter o nome de criança e/ou o número de telefone da Mãe/Pai para o caso de os nossos filhos se perderem e de serem encontrados por uma boa alma que os ajude a encontrar os Pais. É mais ou menos como a criopreservação: não queremos nunca pensar sequer em vir a usá-las, mas se tal acontecer, ao menos que seja uma luz ao fundo do túnel! Experimentem aqui e joguem pelo seguro, Maisenas!

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Não é um mar de rosas, não senhor, mas é um mar inteiro de amor

3 semanas de ZM, 3 semanas de bebé bom. 4 quilos, 55 cms, e um gordinho cheio de vontade de mamar e de crescer sozinho. Ninguém diria que  este bebé só tem 20 dias. Já parece que olha para os Pais e manos, e que os segue com o olhar. Já reconhece  a voz da Mãe e chora quando sai do meu calorzinho que - espero eu -, o faz sonhar (com os anjinhos).
3 filhos em casa, não é fácil, pois não. Às vezes é uma enorme confusão. Casa em pantanas, bebés a chorar, e tudo por tratar. Mas é uma casa cheia. Cheia de amor ao cubo, em todo o seu esplendor. E ainda que os manos mais velhos façam mais birras, estejam mais carentes ou não estejam indiferentes ao nascimento do ZM, a verdade é que são do mais querido, meiguinho e terno que há com o mano pequenino. Enchem-no de beijinhos espontâneos e xi-corações apertados. O terceiro filho só pode ser de borracha, ou não aguentaria tamanhas lambuzadelas a saber a bolacha.
Estes meus filhos vão ser os 3 mosqueteiros da vida airada, estou mesmo a ver. Uns a puxar pelos outros, retirando o melhor que há em cada um, e escondendo o pior. É tudo o que eu peço. Que sejam amigos, cúmplices, e companheiros para a vida. Que nunca se esqueçam que são irmãos de sangue, e que uma família unida é muito mais do que meio caminho andado para a felicidade.
E que o nosso querido Zé Maria seja o culminar de uma aventura imperdível, daquelas que dão um livro, um romance histórico, ou quiçá um filme. Não tem que ser tudo um mar de rosas, não senhor, mas tenho a certeza que esta família vai continuar assim, rodeada por um mar inteiro de amor. E mesmo que por vezes se grite, se discuta, ou se seja teimoso nesta casa, uma coisa é certa, nada nos vai tirar esta nossa conquista de estarmos a criar 3 filhos maravilhosos, 3 seres tão nossos. Ainda que no meio de algum nevoeiro, num futuro por vezes traiçoeiro.
Mas enquanto esse futuro não chega - acredito que vai ser bem risonho -, e como o tempo voa à velocidade da luz, vou aproveitar estes pés pequeninos, estes gemidos baixinhos, e este meu mini eu, que enche o meu já rico coração, e me arrebata de paixão.
 




 
 

domingo, 16 de agosto de 2015

MÃES coragem

Desde sempre que quis ter um parto normal. Não quero com isto dizer que queria tudo ao natural. Não tinha nada contras as epidurais. Só não queria era uma cesariana. Com o Sebastião estive 12 horas em trabalho de parto, mas infelizmente acabei por ter de fazer uma cesariana de emergência, o que me causou uma sensação de agonia e de frustração enormes. Durante meses vivi com a maldita sensação de ter fracassado como Mãe. Com o Manel não tive hipótese, já que os dois não fazem sequer 2 anos de diferença...o médico nem me deixou escolher. Com o Zé Maria idem aspas. A minha cicatriz estava tipo "papel vegetal" e por isso o sonho que tinha em ter um parto normal desvaneceu-se, sem se ter despedido de mim. Ainda no dia anterior ao Zé Maria nascer eu não me conformava com o facto de ter uma terceira cesariana.
Mas no dia deste parto, recebi a notícia que precisava para parar com este disparate de "culpa interior": a cicatriz estava de tal maneira frágil, que o ZM nasceu na hora H e nunca poderia ter sido por parto natural, pois corria seriamente o risco de romper a cicatriz. Ora, tudo isto trocado por miúdos, tanto eu como o bebé podíamos correr riscos desnecessários. Caiu-me tudo. Afinal aquela minha teimosia, aquela ideia fixa que não me largava não tinha razão de ser. Pois muito bem, a mania de que somos menos Mães por termos cesarianas roça o ridículo. Não sei o que é a dor da expulsão, mas do Sebastião senti todas as contrações, e depois tive o mau do pós-cesariana. E posso dizer-vos que as dores do pós-operatório são bem mais difíceis de suportar. Por isso, Mães que, tal como eu, viviam culpadas por não terem conseguido ter um parto normal...deixem-se disso...o que interessa é que corra tudo bem, e que o bebé seja perfeitinho. Agora se nasceu mais ou menos artificialmente, o que é que interessa? É o que tiver de ser, e o resto é conversa!
O mesmo raciocínio aplica-se às Mães que, por alguma razão, não conseguiram dar de mamar. Quanto a este assunto, eu tive a sorte de ter dado de mamar até aos 6 meses dos meus filhos mais velhos, e de agora também estar tudo a correr às mil maravilhas. Mas a amamentação não tem de ser um pesadelo! Se alguma coisa não estiver a correr bem, se causar sofrimento à Mãe, para quê continuar? Porque o stress e a ansiedade são transmissíveis para o bebé quando a Mãe dá de mamar.
Por isso, Maisenas, independentemente de termos partos normais ou cesarianas, e ainda que dar de mamar seja apenas uma miragem, lembrem-se SEMPRE disto: somos todas MÃES coragem!

 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Os primeiros dias em casa

Mal pus o primeiro pé em casa, com os 3, desatei num choro descontrolado. Como é que vou conseguir tratar de 3 "bebés", e logo a começar agora, em pleno mês de Agosto, sem escolas e com as ajudas a irem de férias? Como? - Foi o primeiro pensamento que me invadiu de imediato. Medo. Sim, foi medo descontrolado que senti. Medo de falhar como Mãe. Medo de não saber fazer tudo outra vez. Medo de não conseguir dar a atenção que os mais velhos precisam. Medo de não dormir. Medo do fracasso. Um Medo que me arrepiou a espinha e me fez doer a alma...
Mas à medida que os dias vão passando, que a família se vai habituando, tudo parece querer voltar ao (quase) normal. A parte boa de os miúdos estarem de férias é a de não haver aquele stress diário com as horas. Se se deitarem um bocadinho mais tarde, não faz mal, amanhã podem levantar-se com calma. E lá ficamos nós, os 5 (depois os 4, porque o Pai entretanto foi trabalhar), a namorar esta babyland, e a aproveitar este bebé santo que parece que já nos conhece e que já nem acorda com o barulho da casa, que já não estranha a berraria dos manos e já entranha as brincadeiras do costume, as mãozinhas que assaltam o berço ou as festinhas repentinas e mais que tal, que o Zé Maria não leva a mal.
Dos quase 15 dias que cá estamos, ainda não houve um dia difícil. Há momentos mais complicados, sim, até porque o horário das mamadas ainda é incerto, as noites são praticamente em branco, e muitas vezes, às seis e meia da manhã, dando por mim a precisar ainda de umas boas horas de sono, tenho o Pote de Mel a invadir a nossa cama e a pedir para a Mãe ir com ele para a sala... não tenho como dizer que não... Mas se me perguntarem se a vida ao cubo é praticamente impossível de controlar... para já não me posso queixar. Estou a adorar sentir que sou Mãe de 3. Estou a vibrar com a ideia de ter tantos rapazes à minha volta. Estou entusiasmada com a vida que nos espera. Estou encantada com a família que criei. Medos, inseguranças e ansiedades à parte, vamos continuar a moldar estes nossos filhos que são a nossa obra de arte!




Há coisa mais querida do que os pezinhos dos nossos bebés?
 

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Meu querido Zé Maria

Meu querido bebé, que faz hoje 15 dias, e que veio abanar o nosso mundo da maneira mais terna que há.
O nosso querido Zé Maria nasceu no dia 30 de Julho, bem cedinho, pelas 09h07, com 3.600 Kgs e 52 cms. No dia em que os Pais fizeram 18 anos de namoro (sim, 18!!!), receberam de presente um bebé gordinho, perfeitinho e muito saudável...o que é que podemos pedir mais? Mal o tiraram da barriga da Mãe abriu as goelas como ninguém! Mas logo, logo sossegou, quando a parteira ao meu colo o deitou. Há amor mais cru, mais puro, mais verdadeiro e mais profundo do que o de olhar para um bebé saído de dentro de nós, pele a pele, e sentir a sua respiração, ouvir o seu choro, e perdermo-nos de paixão? Tenho a certeza que não!
Costuma-se dizer que à terceira é de vez, e desta feita eu deveria ter ido para o parto mais tranquila, mais serena, mais sossegada....mas foi tudo ao contrário! Estava ansiosa, para não dizer pior...toda eu era um só tremor. Desta vez já sabia para o que ia. E depois aquele medo irracional de algo poder não correr bem com o bebé. Com o Manel apanhámos um susto, e eu só rezava para não voltar a passar por tudo aquilo outra vez... Mas não, correu tudo tão bem que até parece mentira!
E logo, logo, já tinha o meu bebé de Verão nos braços, sem sobressaltos nem embaraços, só ali, o meu bebé e eu (mesmo com tanta gente à nossa volta!), num olhar imediato e enternecedor. A isto se chama AMOR. Amor ao cubo. Amor para dar e vender. Porque o Amor não se divide pelos filhos, multiplica-se, como se de flores do monte se tratasse.
O milagre da vida é isto mesmo: é ver um bebé que com meia hora de vida já mama como se o fizesse desde sempre, é perceber como se acalma quando o põem no colo da Mãe, é sentir que já conhece a nossa voz, o nosso cheiro, o nosso aconchego.
Os dias que se seguiram foram memoráveis. Algumas dores, é certo, mas nada que se compare às experiências que tinha tido. O Zé Maria é um anjinho. Apesar de ainda estar com os sonos trocados, come e dorme, e só o ouvi chorar a sério quando nasceu. Já parece que olha para tudo com muita atenção, e que segue a sombra dos irmãos. E foi inesquecível o primeiro encontro dos manos. Por muitos anos que viva nunca hei-de esquecer a cara de admiração do Sebastião, e de curiosidade do Manel. Guardei o momento para quando não estivesse muita confusão no quarto. Queria que os manos aproveitassem ao máximo o bebé, e que sentissem que aquele era o bocadinho deles. O primeiro encontro a 3 do resto das suas vidas. Senti-me a pessoa mais feliz, mais completa e mais arrebatadoramente apaixonada do mundo! E ainda deu para rir:
- "Já viram queridos? O Zé Maria já saiu da barriga da Mãe! Agora a Mãe já não tem aquela barriga! (o que eu fui dizer...)
- Pois é, mas....a barriga da Mãe ainda está um bocadinho inchada!!! - diz o Sebastião, a medo...
Para não alterar muito as rotinas dos dois, preferi que no último dia o Pai fosse para casa, para que não sentissem que os Pais os tinham "abandonado" naqueles primeiros dias do Zé Maria. Foi uma das coisas que mais me preocupava, saber como seria a reacção dos manos naqueles primeiros dias de hospital. Mas correu tudo bem, os avós e o Pai levaram-nos a passear, e quando nos iam visitar, estavam de cabeça fresca, arejada e com uma imensa vontade de lambuzar o ZM de beijinhos e xi-corações bem apertados!
Para já, a aventura a 5 tem sido superada com distinção, mas logo, logo, vou guardar umas linhas para falar sobre toda essa emoção de chegar a casa com um novo bebé nos braços, indefeso, totalmente dependente de nós, e com mais 2 pintainhos ainda por criar, sem escola e sem as ajudas que foram (ou vão) de férias. Acreditem, não é aconselhável para quem gosta muito de dormir, de ter tempo livre, ou de simplesmente fazer uma vida normal. Já me tinham avisado...a rotina só é equilibrada ao fim de 6 meses...Até lá, vou tentar ser mais prática, não stressar com coisas insignificantes, e aproveitar esta babyland que não dura para sempre e que é, sem dúvida, a melhor fase na vida de uma Mãe.
 
 

Duas horas antes de o Zé Maria nascer!






 
Afinal, há melhor coisa no mundo?