segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Trago em mim toda a sorte do mundo

É assim que me sinto cada vez que olho para os meus filhos. Cada vez que percebo que estou a criar dois seres que vieram de dentro de mim e que, de certa forma, são um bocadinho eu. Cada vez que, numa vulgar ida ao supermercado, o Manel escolhe as bolachas que eu mais gostava quando era pequenina. Cada vez que, todas as noites, o Sebastião se enrosca em mim e me pede cafuné, tal como eu pedia sempre à minha Avó, a seguir ao almoço, na casa grande. Cada vez que o Sebastião fala com gestos, e usa as mãos tal e qual como esta Mãe. Cada vez que o Manel acorda com o seu mau feitio matinal, tão típico meu, tão meu. Cada vez que o Pote de Mel mexe no cabelo, quando começa a ficar cansado, e enrola os cachos exactamente da mesma forma que eu enrolava os meus! Cada vez que vejo que o Manel herdou a minha cabeça no ar, a minha distracção constante, a minha organização errante, e até as minhas gargalhadas. Meu Deus!
E as coisas do Pai...tão dele, tão suas! A cabeça de engenheiro do Sebastião, que vê fios, electricidade, construções e motricidade em tudo o que pega. A loucura pelos LEGOS, tal como o Pai tinha, quando era da sua idade. As mãos e os pés milimetricamente iguais. Como é que é possível? A imensa vontade em aprender sozinho, as contas, os números, as letras, a música, o inglês. E o Manel com o seu Manolês. Começou a falar tarde, tal como o Pai. É decidido e determinado, sabe muito bem aquilo que quer. Vai ser a sua companhia para os comes e bebes, disso não tenho quaisquer dúvidas. Adora um bom petisco, seja ele sardinhas, pimentos, ou amêijoas, o que interessa, é que a companhia não seja sobeja.
Quando me deparo, todos os dias, com esta bênção, com esta dádiva da Mãe Natureza, percebo que trago em mim toda a sorte do mundo, e não mudaria nada daquilo que tenho, nem por um milésimo de segundo.
 
Fotografia by Ties, tirada em Janeiro de 2013 e que me faz crer que...time flies!
 
Como é por aí, Maisenas?
 

1 comentário:

  1. Cheguei agora aqui e já me apaixonei com este texto tão sentido. Uma mãe babada :)

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