terça-feira, 13 de maio de 2014

Congelar momentos

Hoje, a noite foi dedicada a rever filmes nossos. Mostrámos ao Tico e ao Teco os filmes de quando nasceram. O do S. começou menos bem e acabou da melhor forma. O do M. foi o contrário...mas o que interessa é que os meus bebés são perfeitinhos e saudáveis, e que hoje já nem me lembro daquilo que sofri nos partos!
Os quatro em cima da nossa cama, os miúdos muito curiosos a não se reconhecerem em recém-nascidos. Porque é que não fazemos isto mais vezes? - Pensei logo eu. É claro que acabaram por se deitar mais tarde, mas ao menos tirámos partido do facto de estarem os dois de molho. Amanhã não há pressa para o S. ir para a escola, por isso não faz mal se ficarmos mais tempo enroscados, feitos todos namorados.
Passado dois minutos de começar o primeiro filme, as lágrimas já me corriam pela cara abaixo, sem eu sequer ter dado por isso. Como é que é possível em apenas 4 anos a nossa vida ter mudado tanto? Uma vida que se rege agora pelo coração, mesmo que muitas vezes nos chamem à razão. E os meus Avós que já cá não estão... Quatro anos que passaram num piscar de olhos, e que me assusta só de pensar. Ai se assusta! Daqui a 10 anos tudo isto (diga-se, esta Babyland) acabou. Daqui a 10 anos já terei praticamente dois filhos adolescentes. E tanto que eu ainda quero fazer com eles antes de crescerem...tanto! A minha Mãe sempre disse que a melhor altura das nossas vidas é quando os nossos filhos são pequeninos! Concordo a 200%. Mesmo com todas as viroses. Mesmo com as quedas, as birras, as perrices, os sustos e as maluquices. Mesmo assim, dava tudo para que os meus filhos não crescessem, e ficassem para sempre pequeninos, e sempre junto a mim. As perguntas geniais com voz de Calimero do S., os gestos bestiais de quem ainda não fala do M., as mãos e os pés pequeninos, os beijinhos e miminhos...tudo isso e muito mais, se pudesse congelava-os. Congelava o dia em que o Sebastião me pediu em casamento. Congelava o dia 07.07.07. Congelava o primeiro beijinho que dei aos meus filhos. Congelava a primeira vez que os meus filhos se conheceram, a sua primeira palavra, a sua primeira descoberta, a sua primeira asneirada. Congelava as suas piadas, gracinhas e jogadas.  Como sei que não é possível, vou congelar na minha memória momentos como esses. E como esta nossa noite de hoje, a 4. Uma noite trivial, sem nada de especial, mas lá está. Tenho a certeza que dava uma bela história.
 
E congelava também a primeira fotografia dos dois em casa!
 
E por aí, Maisenas? Se pudessem, o que é que congelavam?

2 comentários:

  1. oh Francisca, sinto exactamente o mesmo! Desde os 3 meses do António que páro, olho para ele, cheiro a sua pele, e só digo "não cresças mais..:" !
    Apetece congelar tudo o que faz parte do dia-a-dia.. às vezes tenho medo é que a rotina nos retire a capacidade de acompanhar tudo, de não perder nada...
    eu congelava as palavras que todos os dias ele me diz quando o deixo na escola: "mãe, vou ter muitas saudades tuas!" derrete-me
    que delícia esta sua foto!
    beijinho <3

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