Corrida contra o tempo

Tempo, tempo, tempo. Maldito tempo. Não, não estou a falar do tempo chuvoso que faz lá fora há não sei quanto tempo. Estou a falar do tempo que não pára, não perdoa e não volta atrás.

O pote de mel vai fazer dois anos no domingo. Há 2 anos estava eu com uma barriga brutal, a contar o tempo para o baby nascer. Tempo esse que, na altura, parecia que não passava. Pois muito bem, agora estou eu a perguntar o que é que eu fiz ao tempo nestes últimos 2 (para não dizer 4) anos da minha vida. O que é que eu fiz com o tempo?

Já não tenho recém-nascidos lá em casa, nem cheirinho a pele de bebé, nem barulhinhos de newborns acabados de sair da barriga. É claro que também já não tenho fins-de-tarde de cólicas, noites mal dormidas e manhãs adormecidas. Mas o tempo roubou-me os meus nenucos, e eu não me conformo.

Passamos a vida a correr. Uma autêntica corrida contra o relógio, é o que é. E depois de fugirmos do tempo, parece que estamos outra vez atrás dele, a pedir que volte para trás.

Muitas pessoas têm-me perguntado como é que eu tenho tempo para trabalhar a tempo inteiro, cuidar de dois filhos pequeninos, ter um blog como hobbie a brincar, um showroom como hobbie sério, e ainda uma casa para tratar. Para essas pessoas, o meu tempo é um mistério. Pois bem, desenganem-se. Eu não tenho tempo para tudo. Simplesmente não tenho. O que eu faço é abdicar de muitas outras coisas que antes também me davam prazer. No fundo, tive mesmo que escolher. Querem saber o que é que deixei de fazer? Tomem lá meia dúzia de tarefas (mais uma):

 

1. Dormir (não me lembro da última vez que dormi 8 horas seguidas);

2. Fofocar no whattsapp com as minhas amigas (vou lá de quando a quando e estou sempre out das novidades);

3.. Ver novelas (ok, ok, não me lembro da última vez que vi uma novela, mas mesmo que quisesse não tinha tempo!)

4. Ir ao cinema (há 4 anos que não ponho os pés numa sala com écran gigante. Os culpados são os babies, claro, mas o blog também ajudou...)

5. Fazer exercício físico regular e permanente (sempre fui uma pessoa muito desportista e nada preguiçosa. Mas ultimamente não me tem sobrado um minuto que seja para me dedicar de corpo e alma a uma das coisas que mais gosto. Mas isso vai mudar, nem que eu tenha que começar a fazer posts em cima de uma passadeira!)

6. Cozinhar (já cozinhava pouco, mas agora é que não cozinho mesmo nada...prefiro escrever!)

7. Passar a ferro (eis a única coisa que adoro já não fazer, pois as minhas ricas mãos estão agora ocupadas com outra responsabilidade: obrigada Maisena!)

 

Se eu tivesse mais tempo, se o dia tivesse mais horas, se as horas tivessem mais minutos, e se os minutos tivessem mais segundos, tínhamos mais tempo para aproveitar os nossos filhos (ou será que trabalhávamos ainda mais?)

Uma coisa é certa: toca a aproveitar o pouco tempo de qualidade que temos, fazer aquilo que mais gostamos, estar com quem mais amamos e gozar a vida que levamos.