quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ao meu Principezinho

Engraçado, desde sempre que achei graça às cartas que se leem em momentos especiais, escritas muito tempo antes. Pois bem, hoje é o dia mais-que-perfeito para dedicar a minha escrita ao meu filho Sebastião. Espero que um dia lhe possam ler este meu estado de espírito. Pode ser nos seus 18 anos, no seu casamento, ou até no nascimento do seu primeiro filho, pois nessa altura irá perceber melhor aquilo que eu sinto hoje.
O amor de Mãe não se explica. Não se aguenta. Não se pensa. É de tal maneira avassalador, que quase provoca dor. Mas uma dor boa, sentida, querida. Faz hoje 4 anos que me entregaram nos braços um bebé redondo, muito perfeitinho, de olhos escuros esbugalhados, a olhar para mim sem perceber o que estava a acontecer...Na verdade, eu também não lhe sabia explicar. Porque, até àquela hora, nem sabia o tanto eu tinha para lhe dar. Faz hoje 4 anos que senti o maior amor de todos, como se tivesse explodido uma bomba no meu coração. Sem aviso prévio, sem compaixão.
O Amor de Mãe não se explica, sente-se em cada pedacinho de um filho (já tinha dito isto, mas nunca é demais repetir). Neste meu filho, sinto-o nos pés pequeninos, nas covinhas, nas mãos ainda gordinhas. Nos dentes separados, tão perfeitinhos, tão ordenados. Na voz de Calimero, tão típica sua, que eu tanto gosto, tanto quero. Nas suas gargalhadas espontâneas, tão adultas, tão instantâneas. Na sua inteligência feroz, qual esperteza, qual quê, é mais inteligente que qualquer um de nós. Na sua teimosia ferida, que até certo ponto é sinal que vai vencer na vida. No seu orgulho desmedido, mas muito sentido. No seu amor ao mano, tão puro que me faz chorar. Na sua dedicação aos Pais, aos Avós, de quem tanto gosta, e a quem faz sonhar. Na sua alegria de viver, que é de qualquer um enternecer. Nas suas piadas sem graça, mas que põem uma sala inteira a rir. Nas suas birras para ir para a escola, que no fim acabam por me fazer sorrir (é sinal que gosta de estar em casa...) Na sua perrice para tirar o pijama, porque de manhã o que o Sebastião queria mesmo era ficar todo o dia na cama...Na sua panca em lavar a língua e o céu da boca. Na sua fobia em lavar a cabeça, feito menino da Selva. Na sua facilidade em aprender a escrever os números, sozinho...sozinho. Na sua curiosidade em contar até dez em inglês, e em francês.
Sou apaixonada, perdidamente, por todos estes pormenores deste meu filho. Daria a vida por ele, e muito mais. Vivo a pensar no que posso fazer para o fazer mais feliz, que é como quem diz: vivo a pensar na vida dele e na do seu mano.
Por isso, filho querido, filho adorado, às tantas quando ler, ou quando ouvir estas palavras desta sua Mãe tolinha, vai encher-se de vergonha, vai pôr-me na linha... mas são palavras que me saem da alma, do sangue, do coração. São palavras palpitantes, tilitantes, dedicadas ao meu querido filho Sebastião.
 
 
 
 
Parabéns ao meu Sebastião, que me ensinou que a vida se vive com o coração.
 

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