terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Dizer o bem...quase não há quem!

É um mal da humanidade. Não é deste, nem daquele em particular...é do mundo no geral. Para se dizer o mal caem logo toneladas de críticas e queixumes, que quase parecem ciúmes. Para dizer o bem é que quase não há quem.
Ainda no outro dia, entrei num café sem olhar, só para pedir uma garrafa de água ao balcão. Fui muito bem atendida, cheia de atenção e simpatia. No fim elogiei quem me atendeu. Não daqueles elogios rasgados, mas um elogio sem pensar, não programado, mas que me saiu porque foi sentido. Foi mesmo merecido. Nisto, a rapariga atrás do balcão ficou a olhar para mim como se eu fosse um E.T. Nunca deve ter recebido um elogio na vida, não naquele café. Está, com certeza, habituada a só ouvir reclamações. Porque quando as coisas correm bem, não há multidões de elogios. Pelo contrário, há um silêncio que me provoca calafrios, mas ao qual as pessoas já se habituaram, já o entranharam.
Quem é que não gosta de receber um elogio, ainda que de vez em quando? As pessoas habituam-se à rotina, ao deixar andar, e esquecem-se de elogiar. Lá em casa, o meu grande elogiador é o Sebastião pequenino. É ele quem, todos os dias, me põe o ego lá bem em cima, junto às estrelas. Quer porque mudei de perfume, quer porque comprei uns sapatos novos, quem porque estou com um penteado diferente. O Principezinho nunca se esquece de tecer um grande elogio à Mãe. O meu coração salta para fora do peito, com os elogios do meu Sebastião pequenino.
Digam-me, Maisenas, o que é que custa um comentário agradável, um agradecimento louvável, um pormenor amável? Nada. Não cansa, não é caro, e com isso não se perde tempo. Quantas e quantas vezes é que reparamos nalguma coisa boa que se passa à nossa volta, e guardamos para dentro? Nos nossos amigos, na nossa família, no nosso emprego, na nossa cidade, e até no nosso país, na nossa comunidade? Ao contrário, para dizer mal, poucos há os que o guardam para si...
Por isso, hoje venho propor-vos um jogo: contar tudo o que de bom acontece à nossa volta, e não engolir. Mandar tudo cá para fora. Sempre a bulir! Nem que seja elogiar o novo corte de cabelo da D. Maria da padaria a que vamos todos os dias. Nem que seja dizer que o Sr. Bartolomeu, nosso vizinho de cima, parece cada vez mais novo, quando o vemos mesmo assim, alegre e bem-disposto. Nem que seja a Patrícia, da caixa do supermercado, que nesse dia  nos ajudou a pôr as compras no saco. Repito: o que é que custa? É de graça, Maisenas. Não custa nada!
O meu desafio é mesmo esse: durante uma semana, vamos guardar para nós as coisas más que vemos à nossa volta, e soltar as boas, sem cerimónia, sem vergonha! Vão ver que o nosso mundo, de repente, fica bem melhor! Porque para já, dizer bem...quase não há quem!
 
 
 
 
 
Até amanhã, Maisenas (lá em casa vai ser um dia muuuuito especial!)
 

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