segunda-feira, 5 de maio de 2014

Mãe Maravilha

Todas queremos ser Mães Maravilha. Todas ansiamos por 36 horas num dia. Todas gostaríamos de ter super-poderes, mil e um quereres. Mas lá bem no fundo, queremos ser um espelho das nossas Mães, reflectindo todas as coisas boas nas nossas crias. Desconfio que, se queremos ser boas Mães (e apesar de a Mãe Natureza dar o seu toque de magia) é porque o exemplo vem de cima. É porque crescemos rodeadas de amor, muito mimo, muito carinho. É porque as nossas Mães, de uma forma ou de outra, sempre conseguiram manter quentinho o nosso ninho.
Lembro-me de ser pequenina e de pensar como é que a minha Mãe conseguia fazer tudo e de estar sempre tão gira, tão cheirosa e tão bem-disposta. Supermercados, médicos, reuniões de Pais, horários infernais. Parecia que conseguia estar em vários sítios ao mesmo tempo! Hoje não sei como consigo tratar de tudo sem me esquecer sempre de alguma coisa pelo caminho. Não me lembro de me ir deitar com a sensação de dever cumprido nesse dia. Há sempre alguma coisa por fazer! Muitas vezes, sinto-me como se ainda estivesse a crescer, a aprender a viver. Sinto que podia fazer sempre mais e mais, e um bocadinho mais.
Ou melhor, sentia, porque a semana passada aprendi uma lição vinda directamente do coração. Esta Mãe foi surpreendida por uma descrição aos olhos de um miúdo de 4 anos, o meu querido Sebastião. Meu Deus, afinal sou uma Mãe Maravilha! Nunca pensei que o meu filho se fosse lembrar de pequenos momentos da vida passados com esta Mãe, que não têm nadica de nada de material, de caro, nem de efémero. Na verdade, está praticamente ao alcance de todos. O que o Sebastião mais se lembra é que esta Mãe o leva muitas vezes ao café de sempre, e lhe dá o seu queque preferido para levar para a escola. Lembra-se que a Mãe muitas vezes brinca com ele no seu quarto, com os seus brinquedos. Lembra-se que a Mãe lhe dá muitos miminhos. Lembra-se que a Mãe já o levou ao Alentejo de carro. Lembra-se que a Mãe é muito querida! Agora digam-me, Maisenas, podemos querer mais alguma coisa dos nossos filhos? Afinal, é ou não é verdade que, apesar de falharmos muitas vezes como Mães, os nossos filhos apanham sempre o melhor de nós? A minha Mãe tem muitos defeitos, com certeza, mas aos meus olhos é a melhor Mãe/Avó do mundo, que deu a vida para os filhos/netos, sem nunca se desleixar e, ao mesmo tempo, sem nunca deixar de nos pôr no lugar (quando é preciso...) Por isso, neste dia da Mãe que já passou, o que mais pedi foi que os meus filhos se possam lembrar desta Mãe como o Sebastião se lembra hoje. Como alguém que muitas vezes falha mas que gosta deles acima de qualquer coisa neste mundo, e que tudo faz para que sejam felizes, sem nunca se esquecerem que a vida nem sempre é um mar de rosas, mas que a Mãe (e o Pai) deixou apenas alguns (poucos) espinhos no longo caminho que ainda têm a percorrer. É esta a filosofia do meu ser. Porque o meu ser é, sem dúvida, o ser Mãe.
Obrigada Mãe por tudo aquilo que me ensinou, e por me ter tornado naquilo que sou. É, sem dúvida, a minha Mãe Maravilha.



 

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