quinta-feira, 24 de julho de 2014

Memórias do deserto

Por falar em Yes I Can, hoje acordei às 6h30 da manhã e juntei-me ao meu grupo de corrida mais que espectacular para um jogging no Parque da Cidade em grande forma.
Por falar em Yes I Can, marcámos as nossas férias sem olhar aos senãos e aos medos de as crianças ficarem doentes, ou mesmo ao pânico que tenho em andar de avião.
Por falar em Yes I Can, hoje vou mostrar-vos uma viagem que fiz há meia dúzia de anos, e que antes só tinha visto em filmes ou mesmo em livros de aventuras e descobertas. É a prova viva que querer é poder, e que a vida é para ser vivida sem medo do amanhã, da inconstância, da dúvida. É certo que ainda não era Mãe, mas esta viagem que fizemos a Marrocos, foi sem dúvida, um enorme marco na minha vida.
Hoje vou mostrar-vos apenas uma parte desta nossa miragem, a do deserto. Quando for bem velhinha, não me hei de esquecer destes dias vividos em cima da areia, sob um calor abrasador de 50º, e destas noites em branco, em cima de colchões de sarapilheira, no meio de burros selvagens e de escorpiões, a fingir que não tinha medo dos vilões. Não me hei de esquecer das crianças nascidas do nada, mas que parecia que tinham tudo, dos oásis no meio da estrada, da cor quente do chão, de uma terra cheia de cor  e em tons de vermelho paixão. Não. Por muitos anos que viva. Nunca que vou esquecer desta paisagem perdida.
 


 

 
 


 





 

 








 

 


 
Uma família de italianos que me ficou na memória. Pai e Filhas, numa aventura no deserto inesquecível. Esta fotografia foi tirada ao nascer do sol, quando todos subimos do acampamento para assistirmos a tamanho fenómeno. Lembro-me de ouvir a filha mais nova a chorar toda a noite, exactamente o mesmo que me apeteceu fazer quando uma família de burros selvagens resolveu invadir as tendas. A diferença é que eu tinha 26 anos e a miúda talvez metade da minha idade. Que me perdoem a invasão de privacidade. Mas esta fotografia conta uma história, e só por isso já valeu a pena!
 

Esta fotografia também tem o que se lhe diga...na manhã seguinte à nossa noite no deserto, depois de termos dormido no chão e de nos terem dito que não havia vivalma de escorpião, descobrimos que os nossos guias dormiram todos em cima dos jipes....porque será???
 


 

 
Uma viagem inesquecível, que todos devíamos fazer pelo menos uma vez na vida. O poder da natureza, do infinito, e da imensidão é algo tão inexplicável que só se sente. Os palácios outrora vividos, os templos perdidos, as estradas que mais pareciam não ter fim. Os desertos vermelhos, os pores-de-sol fluorescentes, o cheiro a terra queimada, a beleza da alvorada, o contraste de cenários, os pastores mercenários, as aldeias no meio do nada, e a certeza de que a felicidade está nas pequenas grandes coisas que vivemos. 
Sempre achei que nunca seria suficientemente aventureira para conseguir tamanha proeza. Mas adivinhem só...Yes I Can!
E no fim de tudo, sei que o melhor desta viagem foi mesmo a companhia!
 

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