domingo, 18 de setembro de 2016

A nova geração

É inegável a importância dos Avós na vida dos netos. São Pais com mel. Sem corantes nem conservantes. Às vezes enchem-nos de açúcar, mas a doçura daquele amor ao quadrado não pode fazer mal. Os meus filhos têm a sorte de ter muitos avós. Muitos mais do que aqueles que alguma vez imaginaram. Bisavós, tios-avós, avós verdadeiros, avós emprestados. Todos são essenciais. Todos são bem-amados. 
Mas há aqui uma injustiça que tem de ser eliminada: os avós de hoje em dia não são como os retratados nos livros, nos contos, nos filmes. Não são desdentados, não têm cabelo grisalho, óculos fundo de garrafa ou bengala na mão. Os avós de hoje em dia usam casacos de cabedal, andam de bicicleta, têm montes de pedal. Dão mergulhos de cabeça, saem noite dentro, gostam da palavra aconteça. Porque aconteça o que acontecer, estes Avós estão para as curvas. E não têm medo de envelhecer.
A minha Mãe é o supra-sumo desta descrição. Posso gabar, não sou eu. Mas gabo com o coração. Há quem pense que somos irmãs, ou ainda quem desconfie que é Mãe dos meus filhos. Não estão a exagerar. Quem a conhecer, sabe que não há que enganar. Esta nova geração dos Avós é, realmente, de louvar. Não deixa de educar, de o caminho certo apontar, mas enche-os de beijinhos, de tranquilidade, de miminhos, e sempre com tanta vida ainda por viver, tantos amigos para conviver, tantos anos para amadurecer. Quando for grande quero ser como a minha Mãe, como a minha Avó, como a minha bisavó. Chegar aos 60 com vontade de singrar. Confesso que, muitas vezes eu própria me acho mais velha do que isso! Sou mais complicada, mais perfeccionista (no mau sentido), mais stressada. A vida mostra-nos que não vale a pena ligar o complicómetro quando temos uma auto-estrada vazia por percorrer. Se não formos a 200 km/hora, temos um longo e feliz caminho pela frente. A minha Mãe ensinou-me isso (e muito mais). Foram os anos (ou a minha Avó) que lhe mostraram que compensa viver assim. Um dia de cada vez, agradecendo ao universo cósmico todas as estrelas lá em cima, que nos iluminam o sorriso em cada dia que passa.
A minha Mãe fez 60 anos. Podia escrever uma homenagem à sua pessoa. Podia dizer o quanto lhe estou grata por tudo o que fez (e faz) por mim, pelos meus filhos, pelo meu irmão, pelo meu sobrinho. Mas tudo o que eu possa dizer é pouco ao lado da grandeza da sua generosidade e do tamanho do seu coração. Só queria que soubesse o quão preciosa é, quão valiosa é esta sua missão. Ah, e já agora, vejam só se eu não tenho razão:




 

Photos Stanislav Filipovskyi
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