quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Amor

Uma pessoa muito especial pediu-me para escrever acerca do Amor. Meu Deus, o Amor, uma palavra tão pequena com um significado tão grande! Mas afinal, o que é o Amor? Pois muito bem, o Amor é nada mais, nada menos do que aquilo que nos move. O mundo vive em torno do (des)Amor.
Há vários tipos de Amor: o Amor da amizade, o Amor da paixão, o Amor da cumplicidade, o Amor da saudade. Há também o Amor de filhos, de irmãos e de primos, aquele Amor genético que nos corre nas veias. E depois há o maior Amor de todos e que não se explica: o Amor de Mãe.
Pediram-me para escrever sobre o Amor e aqui estou eu a falar daquilo que não sei. Porque o Amor não se escreve, sente-se. E só não o sente quem não é boa gente (duvido que tal exista...)
Pediram-me para escrever sobre o meu Amor e eu agora só consigo descrever episódios da minha vida em que ele falou mais alto do que qualquer dificuldade em pô-lo no papel. Mas aqui vou eu...falar sobre o meu Amor nos últimos dez anos de mim: O dia em que me contaram que os meus Pais se tinham separado e a sensação instantânea de vazio e tristeza que senti, por se ter desfeito o único presépio em que (na altura) vivi. Isso é Amor. O dia em que os meus Avós morreram e a saudade imensa que me invadiu no minuto seguinte  a nos terem deixado. Isso é Amor. O dia do meu pedido e as lágrimas que não contive, por muito que às vezes tente dar o meu lado de "durona". Isso é Amor. O dia do meu casamento e o nervoso miudinho que moeu cada pedaço de mim, mas que preencheu o fundo do meu ser. Isso é Amor. Os dias em que soube que estava grávida e os testes repetidos que fiz e tornei a fazer, pois lá no fundo, achei que era bom demais para ser verdade. Isso é Amor. O dia do nascimento dos meus filhos e a memória de flash que me invade o parto do S., e de câmara lenta que me faz lembrar as horas depois de me terem tirado o M. da barriga. Isso é Amor. A sensação de segurança que me transmite a nossa casa, o nosso ninho, e os nossos domingos ao fim do dia, de scones com compota de amora e chá de maçã com mel. Isso é Amor. A eterna gratidão que sinto pela minha Mãe por todos os dias fazer tanto, mas tanto por mim e pelos meus filhos. Isso é Amor. O nó na barriga que se me atou sozinho e sem eu pedir no casamento do meu irmão. Isso é Amor. O choro súbito que não contive quando assisti à minha Avó a despedir-se do meu Pai, olhando para ele como se ainda fosse o seu bebé pequenino. Isso é Amor. As histórias de encantar que herdei do meu Pai e que todos os dias à noite, por muito cansada que esteja, conto aos meus filhos. Isso é Amor. As recordações de criança que guardo dos meus Pais e de tudo o que me ensinaram. Isso é Amor. Os sonhos que tenho em que de repente sou  outra vez pequenina e corro atrás do meu irmão no jardim da casa grande dos meus Avós, onde tínhamos o nosso esconderijo, o nosso refúgio, mesmo atrás dos arbustos. Isso é Amor. A imensa felicidade que me enternece cada vez que olho para um filho meu, as minhas obras-primas, e que penso que, afinal, vim para este mundo com um objectivo, e que o meu dever está, afinal, a ser cumprido. Isso é Amor. O silêncio que muitas vezes nos invade como casal, mas aquele silêncio bom, que não é preciso dizer nada para nos compreendermos. Isso é Amor. A luta diária por uma família construída de raíz, e que já foi semeada há quase 17 anos, apesar de eu ainda só ter 32. Isso, é Amor.
Afinal, podia ficar aqui toda a noite a falar sobre o meu Amor. Pediram-me para escrever sobre o Amor, sobre o meu Amor, e eu achava que nada sabia, mas afinal sei tudo, porque o Amor nasceu comigo e a mim sobreviverá.
 
 
 

2 comentários:

  1. É isso mesmo o amor são todas as pequenas coisas que fazemos e sentimos de coração e nos enchem a alma!!!

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