quinta-feira, 1 de maio de 2014

Raízes

A minha Mãe, nascida em Lisboa, sempre me disse que quando veio viver para cá, o Porto não passava de uma cidade de nevoeiro e frio. Tanto assim é que a minha Mãe sempre associou o barulho da ronca à nossa cidade. Pois muito bem, quem a viu e quem a vê. O Porto mudou. Deixou de ser uma cidade secundária, de passagem, e passou a ser nada mais nada menos do que o destino preferido dos europeus para o ano de 2014.
Lembro-me de há dez anos atrás ir a Lisboa e pensar que estava na centro da europa. Sentia que vivia numa aldeia. Adorava a minha aldeia, mas não deixava de ser uma pequena aldeia. Hoje, sinto que vivo numa cidade cosmopolita, cheia de garra, e sem ter perdido a sua pronúncia do Norte. Sinto que a minha cidade rejuvenesceu, ganhou vida, chamou e encantou gente de todos os cantos do mundo! São 24 horas sobre 24 horas de vivacidade. De viva-cidade. E viva esta cidade!
Hoje pegámos nas bicicletas e fomos desde a Foz quase até à Ribeira, sempre a pedalar. Estava um vento de tombar, mas mesmo assim, não desistimos. E tanto que vimos! Turistas brasileiros, japoneses, espanhóis e até irlandeses. Trânsito, muito trânsito. Não de carros, mas de bicicletas! De todos os tamanhos e feitios mais estranhos. O Porto hoje saiu à rua sem ter tempo para pensar. Um almoço ao sol num dos nossos sítios preferidos, bem junto ao rio, e lá voltámos nós, felizes da vida, sempre por aquela ciclovia.
Enquanto pedalava, muito pensava na sorte que tenho em viver assim. Na qualidade de vida que tenho em mim. Sol, luz linda, pessoas felizes, que de repente fazem a vida na rua, em passeios a pé, pic-nics, corridas, esplanadas....vejo sempre pessoas desaforadas. Gosto de ver famílias inteiras assim como nós, despreocupadas. Porque o Porto mudou, desafogou.
Uma cidade à beira-mar, à beira-rio, com um Parque da Cidade de encantar, e uma Casa da Música que provoca calafrio. Com cafés e restaurantes cheios de pinta, novas lojas e bazares a explodir por aí, ruas pedonais, praias bestiais. Cultura, muita cultura, Tudo isto e muito mais. Ah, e um clube de futebol que nunca nos deixou ficar mal (nem mesmo este ano, apesar de tudo).
Muito me orgulho da minha cidade, das minhas origens nortenhas. Gosto de dizer que cresci onde fui plantada, e espero poder dizer isto durante muitos e bons anos. Afinal, também já lancei sementes na cidade onde fui plantada e onde criei raízes!
 

2 comentários:

  1. O que gostei de ler este post! É mesmo isso! A nossa cidade está a cada dia mais apetecível! Um orgulho mesmo!

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  2. o Porto! :) continua a ser uma aldeia, mas cheia de pinta! ;) Cresceu muito e é bom vê-la de fora também! Dá saudades!! beijinhos!

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